Também chamado de Tubarão Iridescente, peixe-gato iridescente, peixe-gato sutchi e tubarão siamês, o Pangasius comum é um peixe pacífico (da mesma família do Tubarão-gato) e está na lista dos tubarões de aquário de água doce amigáveis.
O Pangasius comum é um peixe grande (entre 90cm e 120cm quando adulto). Por essa razão, a principal necessidade do aquário quando se fala do Pangasius é espaço. Se você não tiver espaço e recursos para manter um aquário grande o suficiente para ele ter uma vida saudável e feliz, nem pense em ter um peixe desses!
São peixes que vivem em cardumes na natureza mas, devido ao seu tamanho, isso é praticamente impossível em um aquário.
Temperamento
São peixes pacíficos mas, devido ao seu tamanho, é importante que seus companheiros de aquário sejam grandes o suficiente para não virarem refeição.
Por serem peixes de cardume, tendem a ficar tímidos e mais facilmente assustados quando sozinhos.
Período de maior atividade
Dia / Diurnos
Requisitos do aquário e água para o Pangasius comum
O Pangasius comum não é recomendado para iniciantes. Apesar de ser resistente em relação aos requisitos de qualidade da água, é um peixe grande, ativo e pesado que requer um aquário bem grande. Aquários maiores precisam de equipamentos adequados ao seu tamanho (como filtros e aquecedores mais potentes do que os utilizados em aquários menores), e é mais difícil e demorado corrigir problemas relacionados à qualidade da água. Por isso, para ter um Pangasius comum é necessário experiência com aquários desse porte.
Exemplos de aquários com Pangasius comum
Confira na galeria abaixo exemplos de aquários reais habitados por exemplares de peixes da espécie Pangasius comum.
Aquário com Pangassius comum
Aquário com vários Pangassius comum
Aquário com Pangasius comum albino
Cuidados e manutenção em aquário
O Pangasius comum é uma espécie de águas abertas, bastante ativa e tende a ficar arisco quando mantido em condições apertadas. Se não tiver espaço o suficiente, ele pode bater no vidro e em itens de decoração (o Pangasius comum pode ter cerca de 40 kg quando adulto), podendo se machucar.
Por isso, a principal preocupação é o tamanho do aquário. Muitas vezes, ao ser comprado, é colocado em aquário de 150 litros, por exemplo, mas logo ele cresce e precisa de mais espaço. E aqui não estamos falando de um aquário de 300 ou 400l, mas sim de pelo menos 1.140 litros para um exemplar. Se considerarmos que esses peixes são peixes de cardume, e vivem bem melhor e tranquilos em grupo, você precisaria aumentar o tamanho do aquário para cada peixe incluído no grupo.
Quando estressado ou assustado, o Pangasius comum pode pular para fora do aquário. Por isso, seu aquário deve ter uma tampa bem pesada e bem encaixada. A decoração não é necessária, mas você pode colocar alguns elementos grandes, como galhos, pedras lisas ou troncos, sempre bem pesados ou presos, como no seu habitat natural. Esses elementos devem estar no fundo do aquário, garantindo que o peixe tenha espaço aberto para nadar acima deles. Quanto às plantas, mesmo que possam ser positivas para a qualidade da água, não é algo que agrega a esses peixes, pois eles não estão acostumados com elas. As plantas no fundo do aquário não terão valor para os Pangasius comum, e as altas que atingem a superfície podem atrapalhá-los.
Recomenda-se que o aquário fique em uma área tranquila da casa, pois esses peixes podem se assustar e se estressar facilmente com muito barulho e movimento ao redor.
A iluminação deve ser bastante fraca e, a água, corrente e bem oxigenada. Você deve possuir um filtro biológico grande e eficiente para lidar com a quantidade de resíduos que eles produzem. Se possível, utilize um sump, pois assim a maior parte dos equipamentos como termômetros e aquecedores ficam nele e, portanto, fora do aquário. Isso evita que o Pangasius comum os destrua.
Quanto aos parâmetros da água, o Pangasius comum é bastante resistente. Assim, mantendo-se os padrões de temperatura (entre 22ºC e 26ºC), ph (6,5 a 7,5) e dureza da água (2-20 dGH) você não terá problemas. No entanto, apesar de serem peixes resistentes, é importante que as condições da água sejam monitoradas constantemente, pois quanto maior o aquário, mais tempo pode levar para fazer as correções necessárias nesses parâmetros (principalmente se você não tiver muita experiência com aquários grandes).
Comportamento e companheiros de aquário
O Pangasius comum é um peixe pacífico e calmo, e não causa problemas a outros peixes. Em função do seu tamanho, é preciso cuidar para que seus companheiros não sejam muito pequenos, ou serão devorados por ele.
Por serem peixes pacíficos, qualquer peixe agressivo deve ser evitado como companheiro de aquário. Além disso, trata-se de uma espécie que não sabe revidar ou se defender muito bem, o que pode torná-lo um alvo fácil (não fosse o seu tamanho a seu favor).
São peixes de cardume por natureza, e serão mais felizes e tranquilos com companheiros da mesma espécie (mas precisaria de um aquário imenso para isso!). Sozinho, ele tende a ser mais tímido e assustado. Considerando seu tamanho, isso pode gerar bastante movimento no seu aquário (houve casos de peixes que pularam para fora ou quebraram o vidro do aquário!). Quando fica com medo, ele pode se jogar um pouco, o que às vezes é interpretado como um sinal de agressão pelo aquarista, mas raramente é o caso.
Peixes compatíveis com Pangasius comum
Peixes pacíficos e grandes são os melhores companheiros de aquário para seu Pangasius comum. Doradídeos como Oxydoras niger (cuiu cuiu), Megalodoras uranoscopus (cuiu cuiu amarelo), Pterodoras granulosus (abotoado) são ótimos companheiros, assim como pacu e outros ciprinídeos maiores.
Pterodoras granulosus – peixe compatível com Pangasius comum
Megalodoras uranoscopus – peixe compatível com Pangasius comum
Oxydoras niger – peixe compatível com Pangasius comum
Alimentação do Pangasius comum em aquário
O Pangasius comum é um peixe onívoro e não é muito exigente em relação à alimentação. Ele gosta de variedade. Então, é importante encontrar uma combinação de alimentos que forneça as vitaminas e nutrientes necessários para se manterem saudáveis.
Quando mais jovem necessita de maior quantidade de proteína na sua alimentação para se desenvolver e crescer adequadamente. Uma dieta variada composta por alimentos secos peletizados ou em flocos (de boa qualidade!), minhocas, vermes e peixinhos o fará feliz e saudável!
À medida que vai ficando mais velho, precisará de uma quantidade maior de vegetais: folhas de espinafre, ervilhas congeladas, alimentos secos à base de espirulina e até fatias de frutas podem complementar sua alimentação.
Lembre-se de se certificar de estar usando uma ração de qualidade para que seu peixe cresça saudável. Uma alimentação de baixa qualidade pode ser a porta de entrada para doenças em seu Pangasius comum.
Distribuição geográfica e habitat natural do Pangasius comum
O Pangasius comum é nativo do Sudeste Asiático, mais especificamente do Rio Mekong (que atravessa a Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã) e do Rio Chao Phraya (Tailândia). São peixes tropicais de água doce que habitam rios profundos e largos, onde têm espaço para nadarem livremente. Estes rios são perfeitos porque permitem que os peixes cubram uma área significativa quando migram em diferentes épocas do ano.
Habitat natural do peixe Pangasius comum: Rio Mekong
Habitat natural do peixe Pangasius comum: Rio Chao Phraya
Outras características dos habitats do Pangasius comum
O Pangasius comum é uma espécie pelágica comumente pescada e cultivada para alimentação em certas áreas devido ao seu tamanho e acessibilidade. Seu nome comercial no mercado de alimentos é swai.
Dimorfismo sexual (diferença entre machos e fêmeas)
Diferenciar macho e fêmea, no caso do Pangasius comum, não é tarefa fácil. As fêmeas são um pouco mais claras, largas e menos aerodinâmicas que os machos. No entanto, como o Pangasius comum é vendido muito pequeno, essas diferenças são praticamente impossíveis de detectar.
Reprodução do Pangasius comum em aquário
O Pangasius comum precisa de condições muito específicas para se reproduzir, que só podem ser encontradas na natureza. Portanto, se você espera que eles se reproduzam em seu aquário, sinto dizer que isso não irá acontecer.
Trata-se de uma espécie migratória, que se move rio acima para desovar no final da primavera e no verão. Em seu habitat natural, eles procuram grandes massas de água antes da reprodução. Se eles não podem migrar ou buscar grandes massas de água dentro de um aquário, a reprodução não ocorrerá. Fora isso, já seria difícil ter dois Pangasius comum adultos dentro de um mesmo aquário, pois ele precisaria ser realmente grande!
No entanto, comercialmente, o Pangasius comum já vem sendo criado em enormes lagoas em fazendas de peixes do Extremo Oriente.
Perguntas frequentes sobre o Pangasius comum
Que peixes posso criar com Pangasius?
Peixes pacíficos são ótimos companheiros para seu Pangasius. Mas fique atento ao tamanho: se o novo amigo for pequeno demais, pode se transformar no almoço de seu Pangasius! Alguns peixes indicados são cuiu cuiu, pacu e abotoado.
Que tipo de peixe é o Pangasius?
O Pangasius é um peixe asiático, da família do bagre, que pode chegar a 1,30 metros de comprimento! É um animal pacífico, de água doce que, por seu tamanho, faz com que sua criação em aquário exija um tanque enorme! Também é um peixe utilizado na alimentação dos humanos, sendo encontrado nos cardápios com o nome de swai.
Por que não comer Pangasius?
Porque a carne do Pangasius pode conter antibióticos e produtos químicos prejudiciais aos humanos, além de sua criação afetar negativamente o meio ambiente. O Pangasius é criado, principalmente, em fazendas superlotadas e sujas no delta do Rio Mekong, sem regulamentação ou fiscalização efetivas. Além disso, há evidências da utilização de produtos químico e antibióticos, que podem se acumular na carne do peixe , sendo prejudicial aos humanos. Os resíduos das fazendas de criação dos Pangasius ficam no Rio Mekong (principal fonte de água potável da população do sul do Vietnã), aumentando sua poluição. Isso prejudica, não só as espécies que habitam o rio, mas também as pessoas que utilizam essa água como potável. Se você costuma consumir swai, talvez seja melhor mudar de peixe!
3 respostas para “Pangasius comum”
Corine Sumski de Souza
Olá, tudo bem?
Caso possa me ajudar, agradeço o auxílio. Tenho um aquário comunitário com oscar, tucunaré, pacu, entre outros ciclideos americanos, e nesse aquário tem quatro pangasius. O aquário tem mais de 2,5 mil litros, mas foi montado para acomodar essa fauna há mais ou menos uns 8 ou 9 meses. Há algumas semanas os pangasius pararam de comer, e esse não é o normal deles. Eles eram bastante vorazes, e comiam bastante, então está sendo bastante assustador o fato deles não estarem se alimentando. Aparentemente estão bem, mas tínhamos 5 pangasius, e infelizmente um deles acabou falecendo. O que nos assusta é justamente isso. O pangasius que morreu foi o primeiro a parar de comer. Depois disso ele foi ficando debilitado, aí começaram a surgir lesões no corpo porque ele se batia muito no aquário. As lesões pioraram e ele não resistiu. Achei que poderia ser algum tipo de verme, e tratamos o aquário com Ripercol. Porém os pangasius continuam não se alimentando. Tenho medo que aconteça com esses quatro o mesmo que aconteceu com o que morreu. Não encontrei muitas coisas sobre doenças em pangasius. Alguma ideia do que possa ser e como posso tratar?
Agradeço imensamente se puder me orientar.
Olá, Corine. Tudo bem? Obrigado por enviar sua dúvida. Diagnósticos em peixes são sempre complicados e a taxa de mortalidade de doenças costuma ser alta. Se pensarmos, na natureza, peixes doentes que apresentam sintomas que afetam sua disposição física não têm muita chance de sobrevivência em função dos predadores, então por evolução genética, os peixes doentes acabam não tendo a oportunidade de evoluir geneticamente para se recuperar quando doenças se tornam mais graves.
De qualquer forma, se os 5 pangasius pararam de comer, e um já morreu, é bem provável que todos tenham a mesma doença/condição.
Muito importante sobre o pangasius: eles são peixes altamente sensíveis ao estresse. Os sintomas que você descreveu são compatíveis com estresse (parar de se alimentar repentinamente, bater no vidro aquário, etc). Esse estresse pode estar sendo causado por um incômodo relacionado à doenças ou fatores ambientais.
Então, seguiria o seguinte passo a passo:
1 – Checkup
– Verificação completa nos parâmetros da água: amônia, nitrito e nitrato;
– Verificar se não está ocorrendo oscilação ou houve aumento de temperatura. Não sei em qual região do Brasil você está, mas nesse calor é difícil controlar a temperatura. Eles podem estar estressados tanto por oscilação na temperatura ao longo como pelo aumento permanente. Se estiver oscilando ou aquecendo demais, ventiladores podem ajudar. Em casos extremos, tentar congelar garrafas de água e inserir no aquário;
– Houve adição de algum elemento novo no aquário nos últimos 30 dias? Novos peixes, troncos, pedras, mudanças de iluminação, plantas, corrente da água, outros peixes formaram casal e estão mais agressivos, etc? Se houve, tente, na medida do possível reverter essas mudanças assim que possível.
2 – TPA
– Independente do resultado acima, faria uma TPA de 50%. TPA é sempre positivo e mesmo no caso de infeções ou parasitas, sempre irá ajudar um pouco. Também pode corrigir alguns parâmetros adicionais que você não conseguimos ver com testes básicos (sei que no seu caso TPA de 50% é particularmente difícil por ser um aqua de 2,5 mil litro)
3 – Adição de Sal Grosso na água
– Peixes de água doce são muito beneficiados a um certo nível de salinidade na água. Um grau maior de salinidade ajuda na regulagem osmótica, tirando sobrecarga em órgãos vitais que ajudam no combate a doenças. Além disso, o sal ajuda a enfraquecer a maioria de bactérias e parasitas. Este vídeo é sobre o tema é muito bom: https://www.youtube.com/watch?v=5_uqOSDr3hA .
4 – Tratamento para doenças
Especialmente se você tiver adicionado plantas ou outros peixes recentemente, doenças podem ser a causa do abatimento. Inicialmente, faria os itens acima e esperaria uns 2 dias completos. Se eles não apresentarem nenhum sinal de melhora ou outros sintomas surgirem, tentaria um tratamento para doenças. Pelo porte do pangasius, imagino que você não tenha um aquário hospital compatível e mudar eles para um ambiente apertado pode piorar o estresse.
– Diagnóstico em peixes sempre é dificílimo. Então, caso eles apresentem algum sintoma, você terá mais algumas pistas do que pode estar ocorrendo e pode melhorar seu diagnóstico.
– Se eles estiverem se batendo no vidro, especialmente especialmente se estiverem fazendo o chamado “flashing”, que são disparadas repentinas em direção ao vidro seguido do peixe continuar a se debater próximo ao vidro https://www.thesprucepets.com/freshwater-fish-flashing-5090382), pode ser um sintoma de incomodos neurológicos. Nesses casos, vale verificar se não é a doença do buraco na cabeça. O ponto positivo dessa doença é que é fácil diagnosticar: https://dlgdxii3fgupk.cloudfront.net/myaquariumclub.com/images/fbfiles/images/IMAG0635-6l589ciomr_v_1496694963.jpg https://aquariumscience.org/wp-content/uploads/2022/04/HITH-15.jpg
Porém, o ponto negativo é que a doença do buraco na cabeça não é necessariamente uma causa. Várias coisas podem causá-lo ou pode ser uma cadeia de causas. Estresse, que deixa o peixe suscetível a bactérias, protozoários e parasitas, que aumentam o estresse, que aumentam a força da doença, etc. Então isso reforça a importância do Passo 1. Se você cuidar do passo 1 a 3 e ainda assim tiver sintoma de buraco na cabeça, talvez esse medicamento possa ajudar (https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-3706161632-2x-aqua-health-worm-destroyer-500ml-vermifugo-disco-peixes-_JM). Eu crio discos e já tive essa doença em muitos peixes. Esse medicamento foi mais eficaz para mim do que o metronidazol (que geralmente recomendam nesses casos). O metronidazol pode ser uma alternativa – a vantagem é que é mais barato, mas o espectro de combate é menor.
– Se eles não tiverem novos sintomas, tentaria um tratamento para bactérias gram-negativas. Pangasius são suscetíveis a esse tipo de bactéria. Como é muito difícil aplicar um antibiótico na água, a solução seria buscar um veterinário de confiança para que faça a prescrição de um antibiótico para bactérias gram-negativas que seja injetável. Você mesmo pode aplicar no peixe. Parece complicado, mas é somente aplicar na parte lombar superior do peixe, próximo a barbatana superior (nadadeira dorsal). Se o veterinário estiver inseguro, a dosagem do antibiótico pode ser a mesma que é usada em outros animais conforme peso estimado (e a frequência de aplicação também).
– Tentativa de autópsia: caso algum outro peixe venha a falecer, você pode tentar uma mini autópsia para verificar sem você enxerga pontos brancos no rim, baço e fígado (veja essa foto: https://iwsapi.vemedim.vn/vmd-web-mediafile/file/66693e96-8874-4b71-bdde-71adbd74f2d9. Se encontrar esses pontos brancos, o diagnóstico da bactéria acima (Edwardsiella ictaluri) é praticamente certo. É bem difícil fazer a autópsia, mas nessas situações a gente acaba ficando sem alternativa e entra no modo “tentar qualquer coisa”.
Tentei escrever uma série de coisas para tentar dar uma luz. O mais importante é você observar e analisar bem o histórico recente para tentar entender melhor o que pode estar ocorrendo, por isso os passos 1 a 3 são fundamentais. O passo 4 (tratamento) é sempre muito complicado, com baixa taxa de sucesso e geralmente muito cara em aquas de grande porte. É uma roleta russa e, ao usar o medicamento errado, o peixe pode ficar ainda mais fraco e piorar tudo. Entretanto, se forem peixes queridos as vezes é a última esperança : (
Muito bom saber e entender sobre o panga, pois procurei a entender mais sobre eles, tenho 4 pangasius no aquário. Estão jovens ainda e logo mais preciso migrar eles em outro aquário de 1200 litros no mínimo.
Olá, tudo bem?
Caso possa me ajudar, agradeço o auxílio. Tenho um aquário comunitário com oscar, tucunaré, pacu, entre outros ciclideos americanos, e nesse aquário tem quatro pangasius. O aquário tem mais de 2,5 mil litros, mas foi montado para acomodar essa fauna há mais ou menos uns 8 ou 9 meses. Há algumas semanas os pangasius pararam de comer, e esse não é o normal deles. Eles eram bastante vorazes, e comiam bastante, então está sendo bastante assustador o fato deles não estarem se alimentando. Aparentemente estão bem, mas tínhamos 5 pangasius, e infelizmente um deles acabou falecendo. O que nos assusta é justamente isso. O pangasius que morreu foi o primeiro a parar de comer. Depois disso ele foi ficando debilitado, aí começaram a surgir lesões no corpo porque ele se batia muito no aquário. As lesões pioraram e ele não resistiu. Achei que poderia ser algum tipo de verme, e tratamos o aquário com Ripercol. Porém os pangasius continuam não se alimentando. Tenho medo que aconteça com esses quatro o mesmo que aconteceu com o que morreu. Não encontrei muitas coisas sobre doenças em pangasius. Alguma ideia do que possa ser e como posso tratar?
Agradeço imensamente se puder me orientar.
Olá, Corine. Tudo bem? Obrigado por enviar sua dúvida. Diagnósticos em peixes são sempre complicados e a taxa de mortalidade de doenças costuma ser alta. Se pensarmos, na natureza, peixes doentes que apresentam sintomas que afetam sua disposição física não têm muita chance de sobrevivência em função dos predadores, então por evolução genética, os peixes doentes acabam não tendo a oportunidade de evoluir geneticamente para se recuperar quando doenças se tornam mais graves.
De qualquer forma, se os 5 pangasius pararam de comer, e um já morreu, é bem provável que todos tenham a mesma doença/condição.
Muito importante sobre o pangasius: eles são peixes altamente sensíveis ao estresse. Os sintomas que você descreveu são compatíveis com estresse (parar de se alimentar repentinamente, bater no vidro aquário, etc). Esse estresse pode estar sendo causado por um incômodo relacionado à doenças ou fatores ambientais.
Então, seguiria o seguinte passo a passo:
1 – Checkup
– Verificação completa nos parâmetros da água: amônia, nitrito e nitrato;
– Verificar se não está ocorrendo oscilação ou houve aumento de temperatura. Não sei em qual região do Brasil você está, mas nesse calor é difícil controlar a temperatura. Eles podem estar estressados tanto por oscilação na temperatura ao longo como pelo aumento permanente. Se estiver oscilando ou aquecendo demais, ventiladores podem ajudar. Em casos extremos, tentar congelar garrafas de água e inserir no aquário;
– Houve adição de algum elemento novo no aquário nos últimos 30 dias? Novos peixes, troncos, pedras, mudanças de iluminação, plantas, corrente da água, outros peixes formaram casal e estão mais agressivos, etc? Se houve, tente, na medida do possível reverter essas mudanças assim que possível.
2 – TPA
– Independente do resultado acima, faria uma TPA de 50%. TPA é sempre positivo e mesmo no caso de infeções ou parasitas, sempre irá ajudar um pouco. Também pode corrigir alguns parâmetros adicionais que você não conseguimos ver com testes básicos (sei que no seu caso TPA de 50% é particularmente difícil por ser um aqua de 2,5 mil litro)
3 – Adição de Sal Grosso na água
– Peixes de água doce são muito beneficiados a um certo nível de salinidade na água. Um grau maior de salinidade ajuda na regulagem osmótica, tirando sobrecarga em órgãos vitais que ajudam no combate a doenças. Além disso, o sal ajuda a enfraquecer a maioria de bactérias e parasitas. Este vídeo é sobre o tema é muito bom: https://www.youtube.com/watch?v=5_uqOSDr3hA .
4 – Tratamento para doenças
Especialmente se você tiver adicionado plantas ou outros peixes recentemente, doenças podem ser a causa do abatimento. Inicialmente, faria os itens acima e esperaria uns 2 dias completos. Se eles não apresentarem nenhum sinal de melhora ou outros sintomas surgirem, tentaria um tratamento para doenças. Pelo porte do pangasius, imagino que você não tenha um aquário hospital compatível e mudar eles para um ambiente apertado pode piorar o estresse.
– Diagnóstico em peixes sempre é dificílimo. Então, caso eles apresentem algum sintoma, você terá mais algumas pistas do que pode estar ocorrendo e pode melhorar seu diagnóstico.
– Se eles estiverem se batendo no vidro, especialmente especialmente se estiverem fazendo o chamado “flashing”, que são disparadas repentinas em direção ao vidro seguido do peixe continuar a se debater próximo ao vidro https://www.thesprucepets.com/freshwater-fish-flashing-5090382), pode ser um sintoma de incomodos neurológicos. Nesses casos, vale verificar se não é a doença do buraco na cabeça. O ponto positivo dessa doença é que é fácil diagnosticar: https://dlgdxii3fgupk.cloudfront.net/myaquariumclub.com/images/fbfiles/images/IMAG0635-6l589ciomr_v_1496694963.jpg https://aquariumscience.org/wp-content/uploads/2022/04/HITH-15.jpg
Porém, o ponto negativo é que a doença do buraco na cabeça não é necessariamente uma causa. Várias coisas podem causá-lo ou pode ser uma cadeia de causas. Estresse, que deixa o peixe suscetível a bactérias, protozoários e parasitas, que aumentam o estresse, que aumentam a força da doença, etc. Então isso reforça a importância do Passo 1. Se você cuidar do passo 1 a 3 e ainda assim tiver sintoma de buraco na cabeça, talvez esse medicamento possa ajudar (https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-3706161632-2x-aqua-health-worm-destroyer-500ml-vermifugo-disco-peixes-_JM). Eu crio discos e já tive essa doença em muitos peixes. Esse medicamento foi mais eficaz para mim do que o metronidazol (que geralmente recomendam nesses casos). O metronidazol pode ser uma alternativa – a vantagem é que é mais barato, mas o espectro de combate é menor.
– Se eles não tiverem novos sintomas, tentaria um tratamento para bactérias gram-negativas. Pangasius são suscetíveis a esse tipo de bactéria. Como é muito difícil aplicar um antibiótico na água, a solução seria buscar um veterinário de confiança para que faça a prescrição de um antibiótico para bactérias gram-negativas que seja injetável. Você mesmo pode aplicar no peixe. Parece complicado, mas é somente aplicar na parte lombar superior do peixe, próximo a barbatana superior (nadadeira dorsal). Se o veterinário estiver inseguro, a dosagem do antibiótico pode ser a mesma que é usada em outros animais conforme peso estimado (e a frequência de aplicação também).
– Tentativa de autópsia: caso algum outro peixe venha a falecer, você pode tentar uma mini autópsia para verificar sem você enxerga pontos brancos no rim, baço e fígado (veja essa foto: https://iwsapi.vemedim.vn/vmd-web-mediafile/file/66693e96-8874-4b71-bdde-71adbd74f2d9. Se encontrar esses pontos brancos, o diagnóstico da bactéria acima (Edwardsiella ictaluri) é praticamente certo. É bem difícil fazer a autópsia, mas nessas situações a gente acaba ficando sem alternativa e entra no modo “tentar qualquer coisa”.
Tentei escrever uma série de coisas para tentar dar uma luz. O mais importante é você observar e analisar bem o histórico recente para tentar entender melhor o que pode estar ocorrendo, por isso os passos 1 a 3 são fundamentais. O passo 4 (tratamento) é sempre muito complicado, com baixa taxa de sucesso e geralmente muito cara em aquas de grande porte. É uma roleta russa e, ao usar o medicamento errado, o peixe pode ficar ainda mais fraco e piorar tudo. Entretanto, se forem peixes queridos as vezes é a última esperança : (
Muito bom saber e entender sobre o panga, pois procurei a entender mais sobre eles, tenho 4 pangasius no aquário. Estão jovens ainda e logo mais preciso migrar eles em outro aquário de 1200 litros no mínimo.
Olá, tudo bem?
Caso possa me ajudar, agradeço o auxílio. Tenho um aquário comunitário com oscar, tucunaré, pacu, entre outros ciclideos americanos, e nesse aquário tem quatro pangasius. O aquário tem mais de 2,5 mil litros, mas foi montado para acomodar essa fauna há mais ou menos uns 8 ou 9 meses. Há algumas semanas os pangasius pararam de comer, e esse não é o normal deles. Eles eram bastante vorazes, e comiam bastante, então está sendo bastante assustador o fato deles não estarem se alimentando. Aparentemente estão bem, mas tínhamos 5 pangasius, e infelizmente um deles acabou falecendo. O que nos assusta é justamente isso. O pangasius que morreu foi o primeiro a parar de comer. Depois disso ele foi ficando debilitado, aí começaram a surgir lesões no corpo porque ele se batia muito no aquário. As lesões pioraram e ele não resistiu. Achei que poderia ser algum tipo de verme, e tratamos o aquário com Ripercol. Porém os pangasius continuam não se alimentando. Tenho medo que aconteça com esses quatro o mesmo que aconteceu com o que morreu. Não encontrei muitas coisas sobre doenças em pangasius. Alguma ideia do que possa ser e como posso tratar?
Agradeço imensamente se puder me orientar.
Olá, Corine. Tudo bem? Obrigado por enviar sua dúvida. Diagnósticos em peixes são sempre complicados e a taxa de mortalidade de doenças costuma ser alta. Se pensarmos, na natureza, peixes doentes que apresentam sintomas que afetam sua disposição física não têm muita chance de sobrevivência em função dos predadores, então por evolução genética, os peixes doentes acabam não tendo a oportunidade de evoluir geneticamente para se recuperar quando doenças se tornam mais graves.
De qualquer forma, se os 5 pangasius pararam de comer, e um já morreu, é bem provável que todos tenham a mesma doença/condição.
Muito importante sobre o pangasius: eles são peixes altamente sensíveis ao estresse. Os sintomas que você descreveu são compatíveis com estresse (parar de se alimentar repentinamente, bater no vidro aquário, etc). Esse estresse pode estar sendo causado por um incômodo relacionado à doenças ou fatores ambientais.
Então, seguiria o seguinte passo a passo:
1 – Checkup
– Verificação completa nos parâmetros da água: amônia, nitrito e nitrato;
– Verificar se não está ocorrendo oscilação ou houve aumento de temperatura. Não sei em qual região do Brasil você está, mas nesse calor é difícil controlar a temperatura. Eles podem estar estressados tanto por oscilação na temperatura ao longo como pelo aumento permanente. Se estiver oscilando ou aquecendo demais, ventiladores podem ajudar. Em casos extremos, tentar congelar garrafas de água e inserir no aquário;
– Houve adição de algum elemento novo no aquário nos últimos 30 dias? Novos peixes, troncos, pedras, mudanças de iluminação, plantas, corrente da água, outros peixes formaram casal e estão mais agressivos, etc? Se houve, tente, na medida do possível reverter essas mudanças assim que possível.
2 – TPA
– Independente do resultado acima, faria uma TPA de 50%. TPA é sempre positivo e mesmo no caso de infeções ou parasitas, sempre irá ajudar um pouco. Também pode corrigir alguns parâmetros adicionais que você não conseguimos ver com testes básicos (sei que no seu caso TPA de 50% é particularmente difícil por ser um aqua de 2,5 mil litro)
3 – Adição de Sal Grosso na água
– Peixes de água doce são muito beneficiados a um certo nível de salinidade na água. Um grau maior de salinidade ajuda na regulagem osmótica, tirando sobrecarga em órgãos vitais que ajudam no combate a doenças. Além disso, o sal ajuda a enfraquecer a maioria de bactérias e parasitas. Este vídeo é sobre o tema é muito bom: https://www.youtube.com/watch?v=5_uqOSDr3hA .
4 – Tratamento para doenças
Especialmente se você tiver adicionado plantas ou outros peixes recentemente, doenças podem ser a causa do abatimento. Inicialmente, faria os itens acima e esperaria uns 2 dias completos. Se eles não apresentarem nenhum sinal de melhora ou outros sintomas surgirem, tentaria um tratamento para doenças. Pelo porte do pangasius, imagino que você não tenha um aquário hospital compatível e mudar eles para um ambiente apertado pode piorar o estresse.
– Diagnóstico em peixes sempre é dificílimo. Então, caso eles apresentem algum sintoma, você terá mais algumas pistas do que pode estar ocorrendo e pode melhorar seu diagnóstico.
– Se eles estiverem se batendo no vidro, especialmente especialmente se estiverem fazendo o chamado “flashing”, que são disparadas repentinas em direção ao vidro seguido do peixe continuar a se debater próximo ao vidro https://www.thesprucepets.com/freshwater-fish-flashing-5090382), pode ser um sintoma de incomodos neurológicos. Nesses casos, vale verificar se não é a doença do buraco na cabeça. O ponto positivo dessa doença é que é fácil diagnosticar:
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Porém, o ponto negativo é que a doença do buraco na cabeça não é necessariamente uma causa. Várias coisas podem causá-lo ou pode ser uma cadeia de causas. Estresse, que deixa o peixe suscetível a bactérias, protozoários e parasitas, que aumentam o estresse, que aumentam a força da doença, etc. Então isso reforça a importância do Passo 1. Se você cuidar do passo 1 a 3 e ainda assim tiver sintoma de buraco na cabeça, talvez esse medicamento possa ajudar (https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-3706161632-2x-aqua-health-worm-destroyer-500ml-vermifugo-disco-peixes-_JM). Eu crio discos e já tive essa doença em muitos peixes. Esse medicamento foi mais eficaz para mim do que o metronidazol (que geralmente recomendam nesses casos). O metronidazol pode ser uma alternativa – a vantagem é que é mais barato, mas o espectro de combate é menor.
– Se eles não tiverem novos sintomas, tentaria um tratamento para bactérias gram-negativas. Pangasius são suscetíveis a esse tipo de bactéria. Como é muito difícil aplicar um antibiótico na água, a solução seria buscar um veterinário de confiança para que faça a prescrição de um antibiótico para bactérias gram-negativas que seja injetável. Você mesmo pode aplicar no peixe. Parece complicado, mas é somente aplicar na parte lombar superior do peixe, próximo a barbatana superior (nadadeira dorsal). Se o veterinário estiver inseguro, a dosagem do antibiótico pode ser a mesma que é usada em outros animais conforme peso estimado (e a frequência de aplicação também).
– Tentativa de autópsia: caso algum outro peixe venha a falecer, você pode tentar uma mini autópsia para verificar sem você enxerga pontos brancos no rim, baço e fígado (veja essa foto:
https://iwsapi.vemedim.vn/vmd-web-mediafile/file/66693e96-8874-4b71-bdde-71adbd74f2d9. Se encontrar esses pontos brancos, o diagnóstico da bactéria acima (Edwardsiella ictaluri) é praticamente certo. É bem difícil fazer a autópsia, mas nessas situações a gente acaba ficando sem alternativa e entra no modo “tentar qualquer coisa”.
Tentei escrever uma série de coisas para tentar dar uma luz. O mais importante é você observar e analisar bem o histórico recente para tentar entender melhor o que pode estar ocorrendo, por isso os passos 1 a 3 são fundamentais. O passo 4 (tratamento) é sempre muito complicado, com baixa taxa de sucesso e geralmente muito cara em aquas de grande porte. É uma roleta russa e, ao usar o medicamento errado, o peixe pode ficar ainda mais fraco e piorar tudo. Entretanto, se forem peixes queridos as vezes é a última esperança : (
Espero que seus peixes melhorem!
Muito bom saber e entender sobre o panga, pois procurei a entender mais sobre eles, tenho 4 pangasius no aquário. Estão jovens ainda e logo mais preciso migrar eles em outro aquário de 1200 litros no mínimo.